O instante gera a forma, e a forma faz ver o instante.





Segundo Valery, a dança fascina-nos pelo desafio que lança aos nossos olhos e a todos os nosso sentidos, incapazes de fixar cada instante, cada imagem que se define um momento e súbito se transforma para não mais voltar, ou então reaparecer num encadeamento tão diverso que não se dá uma repetição: " O instante gera a forma, e a forma faz ver o instante. " Não chegamos a ter tempo de saborear o instante que nos maravilhou, pois já outro toma seu lugar. A dança é "um ato puro de metamorfoses", e o espectador é vítima desse jogo:
"Parece-lhe que a pessoa que está a dançar se confina, por assim dizer, no tempo que gera, um tempo (une durée) feito de energia atual, feito com nada que possa durar.

SAPORTES, José, Pensar a dança. Casa da Moeda, Lisboa, 1983.

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