De l'interprete à l'auteur

Em 2009, depois de passar por um processo de seleção de mais de 300 candidatos, eu e outros treze jovens artistas de diferentes nacionalidades fomos convidados a participar da formação profissional do centro coreográfico Maguy Marin, em Lyon. D l' intérprete a l' auteur (em português, do intérprete ao autor) é o título desta formação interdisciplinar que tem como parceiro a universidade Lumiere II, o que lhe confere a mais, um título de graduação.
Fizeram parte do programa de ensino, mais de 50 profissionais, incluindo coreógrafos, bailarinos, músicos, diretores de teatro, escritores, filósofos, antropólogos, críticos, terapeutas, técnicos de teatro, produtores, entre outros.
Subvencionada pelo governo francês, a formação tem um programa rigoroso para o desenvolvimento de artistas-intérpretes seja ele dançarino, ator, circense, músico, performer.  A carga horária é intensa e é necessário que os participantes se engajem a 100% no trabalho proposto. Este ritmo me obrigou a ter muito mais disciplina e cuidado com meu próprio corpo para não sofrer lesões e desgastes emocionais. O fato de ter que criar cenas semanalmente, (e ainda, ter que apresentar muitas vezes para própria Maguy Marin!), no começo me pareceu extremamente penoso. Com o tempo, me dei conta de que a criação artística é um oficio como qualquer outro.
A experiência  que vivi neste período foi inigualável e certamente determinou escolhas que venho fazendo ultimamente tanto no âmbito artístico, quanto no humano.
O termo intérprete-autor que venho utilizando em meu laboratório é inspirado desta experiência e carrega em si a idéia de autonomia e não enquadramento do artista, neste ou aquele setor. Hoje não me considero mais uma bailarina, atriz ou musicista. Sou tudo isso mas não preciso que me enquadrem em nenhuma dessas categorias.




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